Enquanto centro de poder, o palácio esteve sempre dependente dos regimes políticos em vigor. O núcleo que compreende esta sala e os Aposentos de D. Maria Pia congrega três realidades políticas distintas.

Em primeiro lugar, o Paço de D. Manuel I, construído no século XVI e cuja organização reflete o regime senhorial medieval.

Com a implementação de uma Monarquia Constitucional, em 1822, estes aposentos foram adaptados para uma família real que deixou de ser o centro de decisão política. A utilização tornou-se mais doméstica e próxima dos modelos atuais.

O regime ditatorial do Estado Novo (1933-1975) apagou parte da memória do século XIX para criar um espaço que servisse o seu programa ideológico.

A Sala Manuelina foi construída como Sala Grande no tempo de D. Manuel I. O espaço foi posteriormente dividido por tabiques e acomodou os aposentos do rei D. Luís I. Na década de 1930 a área original da sala foi reconstituída pelos técnicos de património da ditadura vigente. Chegou a projetar-se pintar no teto imagens alusivas a navegadores portugueses dos séculos XV e XVI.