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Restauro do Convento dos Capuchos

Distinguido com o Prémio da União Europeia para o Património Cultural / Prémios Europa Nostra 2022, na categoria Conservação e Reutilização Adaptativa, o projeto global de conservação,  restauro e requalificação do Convento dos Capuchos incluiu a recuperação do conjunto edificado e de todos os elementos construídos e decorativos deste monumento, a melhoria dos equipamentos de apoio à visita, bem como a valorização do enquadramento paisagístico.

 

O Convento dos Capuchos é um monumento inserido na Paisagem Cultural de Sintra - Património Mundial da UNESCO e situa-se na área do Parque Natural de Sintra-Cascais. Trata-se de um conjunto monástico de que se adapta à topografia do terreno, de cariz orgânico, fundado em 1560, num lugar recôndito e inóspito, rodeado pela floresta nativa de Sintra, materializando o ideal de irmandade universal dos frades franciscanos que o habitaram durante quase 300 anos, os quais adoraram a natureza como expressão máxima da obra do Criador.

 

Hoje, uma visita ao Convento oferece as condições necessárias para o visitante criar uma estreita relação com o espaço, sem que as necessidades inerentes às novas funções se sobreponham ao valor universal e único do monumento.

 

Todos os trabalhos realizados no Convento dos Capuchos foram totalmente financiados pela Parques de Sintra.

Os princípios

A equipa multidisciplinar definiu, para além o objetivo de recuperação e conservação do conjunto monumental, as seguintes premissas como base estruturante do projeto:

 

a) Investigação histórica e tecnológica;

b) Definição de metodologias de intervenção e princípios de intervenção;

c) Gestão do impacto da intervenção de conservação e restauro do edifício – definições de critérios de intervenção mínima e melhoria de leitura do conjunto edificado e sua integração na envolvente natural;

d) Sensibilização e ligação do espaço com as comunidades envolventes;

e) Melhoria das condições de visitação e apoio à fruição do espaço;

f) Definição de estratégia de gestão, do ponto de vista patrimonial, do núcleo museológico para apresentação do espólio e melhor compreensão do monumento.

 

 

Para o projeto global do Convento dos Capuchos foi, ainda, desenvolvida uma carta de princípios de intervenção que serviu como guia a todas as intervenções. Estes princípios foram determinantes para a ponderação das múltiplas soluções possíveis, tendo todas as opções sido alvo de uma extensa discussão multidisciplinar que permitiu encontrar soluções de compromisso entre a estabilidade e a segurança das estruturas, em que a preservação da identidade histórica e material deste património prevaleceu sempre.

 

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O projeto

O conjunto edificado apresentava anomalias que assumiam um peso significativo na conservação patrimonial, em particular as associadas essencialmente aos sinais de podridão das estruturas de madeira das paredes de alvenaria mista e à colonização biológica e vegetação parasitária as quais comprometem a durabilidade e funcionalidade dos elementos construtivos.

 

Através de uma equipa multidisciplinar, incluindo arqueólogos, arquitetos, arquitetos paisagistas, conservadores-restauradores, engenheiros, historiadores de arte, entre outros, pretendeu-se garantir a salvaguarda do edifício, tendo por base uma metodologia adaptada às exigências patrimoniais e devidamente sustentada em boas práticas de recuperação e de conservação dos monumentos, que incluía o seguinte: 1) conhecer o edifício, 2) definir as causas da degradação, 3) definir metodologias e prioridades, 4) quantificar danos e permitir uma leitura global das perdas existentes, 5) constituir um plano de riscos, e 6) estabelecer uma gestão sustentável do edifício do ponto de vista patrimonial, com ações que reduzem e preveem o impacto dos agentes de degradação e evitam intervenções de maior escala.

 

Estes indicadores vão ao encontro das necessidades estabelecidas pela UNESCO através das Orientações Técnicas para a Aplicação da Convenção do Património Mundial, no que respeita à conservação e monitorização do património construído.

 

Dada a sensibilidade do monumento e a complexidade técnica das intervenções necessárias, estas foram faseadas, pormenorizadamente planeadas e sustentadas. O plano de intervenções programadas consistiu no seguinte:

 

1. Restauro dos elementos construídos na cerca do convento

2. Restauro dos edifícios

3. Recuperação do enquadramento paisagístico

4. Recuperação das coberturas e execução das infraestruturas interiores do Convento dos Capuchos

A investigação

A recuperação do Convento dos Capuchos foi precedida por um aprofundado estudo histórico e por um extenso trabalho de compreensão, inventariação e intensos levantamentos arquitetónicos e topográficos, análise visual aos materiais empregues (alvenarias e revestimentos) e quantificação e mapeamento dos diferentes elementos, que permitiram aferir o elevado grau risco de perda de património histórico (avaliado em 52%).

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Conservação e restauro dos revestimentos do Convento dos Capuchos

A intervenção nos revestimentos do Convento dos Capuchos contemplou a recuperação de rebocos, de revestimentos azulejares e de outros elementos funcionais e decorativos do edifício. Nesta fase foi, ainda, intervencionado o altar da Igreja, assim como vãos de janelas e portas e outros revestimentos em cortiça. Este projeto foi realizado a par da recuperação das coberturas deste monumento, que atendeu às causas de degradação que afetam o interior do edifício, viabilizando a eficaz estabilização dos elementos parietais interiores e exteriores.

A cor

A atual cor do convento resulta da identificação de vestígios nas paredes conseguidos através de amostras trabalhadas quimicamente em laboratório, e visualmente, através de janelas de sondagens nas diferentes paredes do convento.

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Conservação e restauro do património integrado e móvel

Previamente à intervenção de conservação e restauro do património móvel, foi desenvolvido um projeto de estudo dos materiais que compõem o espólio móvel e integrado do Convento dos Capuchos, a sua datação e a recuperação de peças como as esculturas em terracota da Portaria e da Ermida do Ecce Homo e a Teia de Altar e Cruz do Alpendre.

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Sobre a intervenção

Espaço intervencionado:

Convento dos Capuchos

Início:

2016

Duração:

4 anos

Investimento global

cerca de 4 milhões de euros

Convento dos Capuchos