Palácio da Pena: visita ao interior apenas com data e hora marcada, indicadas no seu bilhete; não existe tolerância de atraso. Saiba mais

D. Amélia e D. Maria Pia, as últimas habitantes dos palácios de Sintra

05 out. 2023

A 5 de outubro de 1910, dá-se a Implantação da República Portuguesa. Sabia que duas das principais figuras deste momento histórico estavam em Sintra quando tudo aconteceu?

 

A subjugação de Portugal aos interesses coloniais britânicos, a morte de D. Carlos em 1908, a degradação da situação política – em dois anos, o país teve sete governos – e o crescimento do Partido Republicano Português levaram a que, a 2 de outubro de 1910, se iniciasse a revolta republicana e a queda definitiva da monarquia.

 

A 3 de outubro, após um jantar com o futuro presidente do Brasil, Hermes da Fonseca, D. Manuel II regressa ao Paço das Necessidades e alerta a mãe – D. Amélia de Orleães, que se encontrava no Palácio da Pena – e a avó – D. Maria Pia de Saboia, que estava no Palácio Nacional de Sintra – para o que se estava a passar em Lisboa. António Teixeira de Sousa, o então presidente do Conselho de Ministros, consegue convencer D. Manuel II a sair das Necessidades e a refugiar-se em Sintra ou em Mafra.

P47 Dmariapia Credits IMC MC

Na manhã de dia 5 de outubro, D. Amélia e D. Maria Pia abandonam a Pena e a vila para se juntarem a D. Manuel II na Ericeira, tornando-se assim as últimas monarcas a habitar os dois palácios de Sintra. Dali, partiram para o exílio.

 

D. Maria Pia regressou à sua terra natal, Piemonte (Itália), onde morreu no ano seguinte, aos 63 anos. Já D. Amélia, depois de uma passagem por Londres, passou a residir em Château de Bellevue, perto de Versalhes (França), local onde morreu em 1951, aos 86 anos. Foi a única que regressou a Portugal, em 1945, a convite de Salazar. Nessa altura, fez questão de visitar sozinha o Palácio da Pena. D. Manuel II morreu inesperadamente, em 1932, aos 42 anos, na sua residência, em Fulwell Park, nos arredores de Londres (Inglaterra). Salazar autorizou a sepultura do último rei de Portugal e da sua mãe em solo português, no Panteão Real da Dinastia de Bragança, organizando o funeral com honras de Estado.

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