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Parques de Sintra recupera vãos do Palácio Nacional de Queluz

20 out. 2022

Está em curso, no Palácio Nacional de Queluz, o projeto de conservação e restauro de 56 vãos (aberturas formadas nas paredes por portas ou janelas) localizados nos alçados da Sala do Trono, da Fachada de Cerimónias e do topo do Pavilhão Robillion. A intervenção surge na sequência do levantamento do estado de conservação patrimonial realizado, que identificou patologias a necessitar de ações de correção. A partir desta análise, foram estabelecidos diferentes níveis de intervenção consoante o estado de conservação das várias estruturas, cujo tratamento implica, em alguns casos, a sua desmontagem total.

 

A par de outras estruturas, como as coberturas, os vãos, fortemente expostos aos efeitos do clima, surgem como elementos essenciais na garantia da segurança geral, estanquicidade e manutenção das condições de ambiente no interior dos edifícios. No caso de uma construção com o valor histórico do Palácio Nacional de Queluz, a sua recuperação obedece a regras diferenciadas e específicas, tanto quanto ao tipo de material utilizado – maioritariamente madeira –, como quanto à extensão e profundidade das intervenções realizadas.

 

O processo de recuperação em execução visa a estabilização e tratamento de questões estruturais das madeiras e vidros, nomeadamente, o preenchimento de todas as lacunas de madeira identificadas, com madeira da mesma essência; a substituição de vidros danificados; e a reposição e/ou substituição da proteção contra radiação UV em todos os vidros.

 

Outra das vertentes do projeto é o tratamento dos elementos de ferragem, de forma a restituir a plena funcionalidade aos mesmos, assegurando a segurança global do edifício e contribuindo para a estanquicidade de todo o conjunto. Para uma perfeita integração no edifício onde vão ser aplicados, todos os elementos que necessitam de substituição são reproduzidos no material original e, quando possível, de acordo com a técnica de execução da época.

 

Está, igualmente, previsto o tratamento das superfícies e respetivos acabamentos, com o objetivo de devolver não apenas o aspeto estético das estruturas de fecho dos vãos, mas também o isolamento imprescindível para a sua boa conservação. Neste capítulo, impõe-se o respeito pelas cores utilizadas na construção do Palácio.

 

Prevê-se que os trabalhos, orçados num valor global aproximado de 140.000€, decorram até ao final do presente ano, sempre à vista dos visitantes e sem necessidade de encerrar qualquer área do monumento. No âmbito da política “Aberto para obras”, a Parques de Sintra implementa os seus projetos sem fechar os espaços, desde que as intervenções não coloquem em causa a segurança dos visitantes ou dos trabalhadores. A medida, com caráter pedagógico, possibilita o diálogo entre os visitantes e os técnicos envolvidos, promovendo a compreensão das exigências inerentes à conservação do património e do investimento humano e financeiro necessário para a concretizar.

PNQ Fachada Cerimonias Creditos PSML José Marques Silva