Os antigos Palácios Reais de Sintra: diferentes desafios em palácios muito diferentes
01 jul. 2024
A Parques de Sintra tem sob sua gestão três Palácios Nacionais, Pena, Queluz e Sintra, que foram antigas residências reais e estão hoje abertos ao público como palácios-museus. A designação de palácio nacional é uma designação institucional, que surgiu como consequência da implementação da república e extinção da coroa, cujos bens transitam da Fazenda da Casa Real para o Ministério das Finanças. “Palácio nacional” não caracteriza assim nem o tipo de edifício, nem a sua função ao tempo da monarquia. Neste artigo explora-se a diferença entre os palácio geridos pela Parques de Sintra, a partir das suas características arquitetónicas e da utilização pela família real e/ou pela corte: O Paço Real de Sintra destaca-se como o verdadeiro palácio dos três, onde ao longo de séculos a função de residência de monarca e corte foi complementada pelas funções de exercício do poder, gestão do território e representação da coroa; a Real Quinta de Queluz é, na sua essência, uma quinta de recreio da segunda metade do século XVIII nos arredores de Lisboa, cuja vivência em “vilegiatura” se articulava com o palácio da capital; e o Castelo Romântico ou Paço Acastelado da Pena, que surge no contexto da “Burgromantik” germânica do século XIX, mesmo tendo sido erguido em plena Serra de Sintra. Para cada “palácio” enumeram-se ainda os fatores de memória patrimonial, que devem guiar a sua valorização e musealização.