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História da Escola Portuguesa de Arte Equestre

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A história da Escola Portuguesa de Arte Equestre remete-nos para os tempos da Real Picaria, a academia equestre da corte portuguesa no século XVIII, fundada por D. João V, que utilizava o Picadeiro Real de Belém (atual Museu Nacional dos Coches) como local de treino.

 

No século XIX, a Real Picaria foi encerrada, mas o seu trabalho não foi esquecido e está hoje presente nos costumes e tradições que a Escola Portuguesa de Arte Equestre mantém como nucleares. Os cavalos lusitanos da Coudelaria de Alter – antiga coudelaria da Casa Real Portuguesa, fundada por D. João V, em 1748 –, os trajes, os arreios e os acessórios usados são o centro das atenções. Todos estes elementos obedecem à tradição da Real Picaria. A Escola recupera, ainda, exercícios da equitação Barroca, tais como os Ares Altos, observando a técnica e as orientações da Escola Espanhola de Equitação em Viena de Áustria, única academia renascentista que se manteve continuamente em funções desde a sua fundação.

 

Fundada em 1979 pelo Ministério da Agricultura, nomeadamente por Guilherme Borba e João Costa Ferreira, a Escola funcionou até 1996, na Sociedade Hípica Portuguesa, situada no Campo Grande. É nesse ano que a Escola Portuguesa de Arte Equestre se fixa nos belos Jardins do Palácio Nacional de Queluz, altura em que são construídas as cavalariças.

 

Em 2012, a gestão da Escola Portuguesa de Arte Equestre é entregue à Parques de Sintra, que implementou melhorias nas instalações, nas condições de alojamento dos cavalos e no acolhimento de visitantes, tendo também requalificado o Picadeiro Henrique Calado (na Calçada da Ajuda, em Belém). Este último é, desde 2015, palco das apresentações da Escola, tendo-se, assim, promovido o regresso desta arte nacional à sua zona de origem: Belém. O Páteo da Nora, em frente ao Picadeiro Henrique Calado, que alberga as cavalariças e os treinos regulares, foi igualmente recuperado e beneficiado.

 

A Escola realiza apresentações, espetáculos e treinos abertos ao público e faz também apresentações em cerimónias oficiais, quer em Portugal, quer no estrangeiro. É considerada um importante veículo de divulgação do Cavalo Lusitano e, sobretudo, da cultura e tradição equestre portuguesas.

 

Para promover o estudo desta arte e a formação regular de cavaleiros, a Parques de Sintra criou, em 2015, no Palácio Nacional de Queluz, a única biblioteca nacional dedicada exclusivamente à Arte Equestre. A “Biblioteca de Arte Equestre D. Diogo de Bragança, VIII Marquês de Marialva” dispõe de 1.400 títulos, alguns dos quais são exemplares raros.