Monumentos situados na Serra de Sintra encerrados no dia 16 de dezembro devido a condições climatéricas adversas. Saiba mais. | No dia 17 de dezembro, o Palácio Nacional de Sintra irá encerrar para a realização de um evento de Estado.

Recuperação da Horta dos Príncipes nos Jardins do Palácio Nacional de Queluz

PNQ Horta Dos Principes 4©PSML Jose Marques Silva

A Horta dos Príncipes localiza-se no Bosquete do Palácio Nacional de Queluz, num dos talhões mais próximos do Jardim Pênsil, ocupando uma área de cerca de 1.620m². A sua configuração atual, embora integrada na malha formal do Bosquete, é uma construção tardia, datável do final do século XIX. Um dos recintos delimitados por sebes de buxo, conhecidos como “gabinetes”, acolhe este espaço que, segundo a tradição, teria servido para fins pedagógicos ligados à educação dos infantes da Casa Real. A disposição da horta reflete a organização ideal proposta por Jean de La Quintinie no tratado Le Parfait Jardinier de 1695 e corresponde à lógica compositiva do Bosquete representada na planta da biblioteca do Rio de Janeiro, de meados do século XVIII.


Com o passar do tempo, a Horta dos Príncipes sofreu diversas alterações, como a construção de floreiras revestidas a azulejos, a introdução de degraus e a plantação de árvores de grande porte nos antigos talhões de cultivo. Embora posteriores, estes elementos acabaram por marcar a identidade visual do espaço. O projeto de recuperação foi desenvolvido por uma equipa pluridisciplinar composta por historiadores, arquitetos paisagistas e conservadores-restauradores. O trabalho procurou recuperar o carácter lúdico, didático e representativo do lugar, respeitando a composição formal do Bosquete e a relação com os parterres, salvaguardando os elementos históricos existentes e contribuindo para a valorização e sustentabilidade do conjunto do Palácio e Jardins.


A intervenção prevê a execução de um pavimento em saibro de granito amarelo estabilizado com cal hidráulica, material historicamente utilizado nos jardins do palácio de Queluz no século XVIII. Inclui também a recuperação do canalete de irrigação, restituindo o traçado original e recorrendo a materiais tradicionais. Proceder-se-á ainda ao restauro dos elementos pétreos e azulejares das floreiras, com substituição de elementos dissonantes, preenchimento de lacunas de vidrado e a sua reintegração cromática, bem como à conservação da pintura mural presente numa das floreiras. Serão igualmente intervencionados elementos de cantaria, como o lago, o banco e o brasão decorativo.


Com esta intervenção, pretende-se restituir à Horta dos Príncipes a sua coerência histórica e formal, reforçando a autenticidade do Bosquete enquanto componente essencial do jardim barroco de Queluz, devolvendo-lhe simultaneamente a sua função contemplativa, educativa e representativa.

PNQ Horta Dos Principes 1©PSML Jose Marques Silva

Sobre a intervenção

Data de início

10/12/2025

Prazo de execução

6 meses

Investimento

234.091,61 euros

No horizonte 2026/28, a missão da Parques de Sintra é orientada por 7 objetivos estratégicos

  • 1) Oferta cultural e turística diferenciadora. Potenciar uma oferta cultural e turística distintiva, que enriqueça a experiência dos visitantes e valorize, de forma autêntica, o património sob gestão, promovendo o acesso à cultura, o reforço da identidade local e o desenvolvimento sustentável de Sintra.
  • 2) Compreensão e recuperação do património. Compreender e recuperar o património natural e construído, combinando investigação, técnicas tradicionais e abordagens inovadoras que assegurem a autenticidade dos valores patrimoniais, a fruição qualificada e a transmissão às gerações futuras.
  • 3) Salvaguarda da Paisagem Cultural e Património UNESCO. Proteger e valorizar a Paisagem Cultural de Sintra e o património imaterial classificados pela UNESCO, garantindo a sua proteção, investigação e divulgação, e promovendo a integração harmoniosa com o tecido social e ambiental local.
  • 4) Resiliência climática e biodiversidade. Reforçar a resiliência às alterações climáticas, promovendo a biodiversidade através de soluções baseadas na ciência e na natureza, que preservem o património natural e construído e contribuam para o equilíbrio ecológico.
  • 5) Inovação, sustentabilidade e gestão da qualidade. Desenvolver e implementar projetos inovadores e colaborativos, promover a adoção de práticas ambientais sustentáveis e incorporar sistemas de gestão da qualidade e de compliance.
  • 6) Parcerias e envolvimento comunitário. Reforçar parcerias com o setor empresarial e associativo, envolvendo comunidades científicas, artísticas e intelectuais, para criar um ecossistema colaborativo que amplifique o impacto positivo no território e na valorização do património.
  • 7) Valorização dos trabalhadores e cultura organizacional. Valorizar as pessoas, fortalecendo uma cultura organizacional sólida e inspiradora, que reconhece o mérito, potencia o desenvolvimento e consolida o orgulho de pertença e o compromisso com a excelência.

Objetivos cumpridos por este projeto

1) Oferta cultural e turística diferenciadora.

2) Compreensão e recuperação do património.

4) Resiliência climática e biodiversidade.

Palácio Nacional de Queluz