Parque de Monserrate tem nova árvore da espécie Erythrina crista-galli

No Parque de Monserrate, junto à Casa de Chá, já cresce um novo exemplar de Erythrina crista-galli. Esta árvore veio substituir outra da mesma espécie que chegou ao fim do seu ciclo de vida, nomeadamente, por ação da praga Agrotis ípsilon, popularmente designada por broca.

No âmbito da monitorização regular das coleções botânicas que a Parques de Sintra leva a cabo no Parque de Monserrate, os primeiros sinais de decaimento do vigor vegetativo da Erythrina crista-galli que ali existia foram registados em 2018, com a presença de ramos secos, que foram sendo removidos. Posteriormente, foram identificados sinais da presença da praga Agrotis ípsilon, também conhecida por broca, cujos estágios larvais de besouros, mariposas e borboletas não ficam expostos na parte aérea das plantas.

As larvas da broca são muito vorazes e destrutivas para as plantas onde se instalam. Escavam galerias nos órgãos de reserva da planta, onde depositam excrementos e se reproduzem. Os adultos de besouros também são bastante nocivos, pois devoram folhas e brotos; já as mariposas e borboletas costumam ter uma vida curta. Além do prejuízo direto na árvore, as brocas favorecem a entrada de microrganismos como fungos, bactérias e vírus, e insetos secundários capazes de provocar novos danos. Além disso, muitas delas são vetores de nematóides, um tipo de verme.

A Erythrina crista-galli que existia junto à Casa de Chá apresentava extensas galerias abertas no seu interior, ou seja, estava oca por dentro, fragilizada e em risco de rotura. Assim, foi necessário substituí-la por um novo exemplar, de forma a garantir a segurança de pessoas e bens e, simultaneamente, a manutenção da riqueza botânica que caracteriza o Parque de Monserrate, cuja conservação e salvaguarda é objeto de um trabalho diário, que passa, também, pela estufa do Parque.

A árvore agora plantada foi adquirida pela Parques de Sintra em 2018 e esteve em processo de aclimatação e crescimento acompanhado na estufa de Monserrate até ao passado dia 15 de dezembro, altura em que foi podada para permitir o sucesso da plantação. Neste espaço, são reproduzidas e cultivadas plantas que permitem a substituição de exemplares únicos ou emblemáticos da coleção botânica do Parque de Monserrate, como é o caso das araucárias e palmeiras, a Ginkgo biloba e até da Agathis robusta. Na estufa, também se produzem, anualmente, cerca de cinco mil plantas de floração de época para os jardins.

Também conhecida como corticeira-do-banhado, eritrina-crista-de-galo, bico-de-papagaio, sapatinho-de-judeu, flor-de-coral, sanandu ou sananduva, a Erythrina crista-galli é uma árvore da família das leguminosas, nativa da América do Sul. É encontrada em locais húmidos, como florestas ribeirinhas e várzeas. Muito usada na arborização urbana por causa de suas flores vermelhas vibrantes, os ramos e folhas desta espécie têm propriedades medicinais.