Palácio da Pena: visita ao interior apenas com data e hora marcada, indicadas no seu bilhete; não existe tolerância de atraso. Saiba mais

Sabia que no Parque da Pena existe uma árvore que caminha?

14 fev. 2024

A natureza é, dentro da sua previsibilidade, imprevisível. Podemos ter dias muito quentes em janeiro e chuva torrencial em agosto. Podemos ser surpreendidos por fenómenos extremos de calor ou por tempestades avassaladoras, como a que assolou o Parque da Pena em 2013. A existência destes episódios relembra-nos que é preciso estar “alerta para as consequências devastadoras que podem ter, nomeadamente sobre o património biológico e cultural vulnerável, como é o caso da coleção botânica do Parque da Pena, iniciada pela orientação de D. Fernando II e o Barão de Eschwege na segunda metade do séc. XIX”, defende Elsa Isidro, arquiteta paisagista da Parques de Sintra.

 

Um exemplo desse património natural de valor incalculável é a Thuja plicata (Tuia-gigante) junto à Fonte dos Passarinhos. Esta árvore – descrita por vários como ‘o Gigante da Pena’ – foi plantada na época da criação do parque, sobrevivendo a intempéries, a ondas de calor e às alterações climáticas – é, por isso, um exemplo único da herança de D. Fernando II, criador do Parque e do Palácio da Pena.

 

Além do seu valor para a memória histórica do Parque (e, em última análise, do património natural em Portugal), esta árvore é, só por si, um objeto de estudo fascinante. Tem 35m de altura, um perímetro do tronco de aproximadamente 16,80m e uma característica notável – parece que caminha.

 

Sim, leu bem: parece que caminha. Mas como? A resposta é simples: os ramos tendem a desenvolver-se em forma de “J” e, com o peso da copa, podem tocar o solo. Depois enraízam, formando um novo tronco que se afasta ligeiramente do tronco central. Ou seja, a árvore afasta-se gradualmente do ponto de origem, como se estivesse – lá está – a caminhar vagarosamente. Ao longo de 150 anos, esta árvore deu pequenos, mas imponentes ‘passos’ em direção ao lago que ali existe.

 

Vale a pena visitar, só para ver ao vivo aquela que é considerada a árvore mais emblemática e singular do Parque da Pena.

 

Luís Duarte PSML 2523