Exposição - Entre as pedras e o musgo, o Presépio de Francisco
Pela sua construção singular, que se confunde com os elementos naturais da serra, e pela vivência dos frades franciscanos que o habitaram durante mais de 300 anos, em harmonia com a natureza, o Convento dos Capuchos é um local naturalmente associado ao conceito de sustentabilidade. É sob esta premissa que o monumento acolhe, nesta época natalícia, uma coleção de presépios feitos a partir de plantas e árvores provenientes de várias regiões do globo, a convite do Professor Luís Mendonça de Carvalho, titular da cátedra UNESCO em Etnobotânica no Instituto Politécnico de Beja. A ligação do presépio a este espaço, revela-se também através do fundador da ordem religiosa que criou e habitou esta casa conventual, S. Francisco de Assis, responsável pela primeira encenação de um presépio, há 800 anos atrás.
A exposição estará patente na Casa das Hortas do Convento dos Capuchos, a partir do último fim-de-semana de novembro e permanecerá até ao Dia de Reis, estando disponível a todos os visitantes do monumento.
Sobre a exposição
Integrada na serena espiritualidade da mata relíquia que envolve o convento, esta exposição toma um sentido renovado: cada presépio, moldado com fibras, sementes, frutos ou madeiras, evoca a humildade que inspirou a vida destes frades. Materiais vegetais provenientes de várias partes do mundo lembram, por sua vez, a tradição dos povos que trabalharam estas peças singulares.
Em diálogo com o espírito do lugar, a exposição convida o visitante a uma experiência contemplativa e estética. Mais do que uma mostra etnobotânica, é uma celebração da biodiversidade e, também, da espiritualidade que se associa ao nascimento de Cristo, como metáfora da vida que renasce de cada planta e em cada obra-de-arte criada pelos humanos. A visita ao convento torna-se, assim, uma viagem pelas paisagens do mundo e pelas múltiplas formas de relação entre o sagrado, o natural e a obra humana.
Em complemento, incluem-se amostras de mirra e incenso, gomas-óleo-resinas aromáticas de árvores nativas da Península Arábica e do Corno de África, associadas ao nascimento de Cristo. Ofertas consagradas que simbolizam a condição divina (incenso) e mortal (mirra) de Cristo e um tributo à terra e às árvores que, há milénios, alimentam a liturgia das religiões do Levante e do Oriente.
Acessibilidades
Percurso de visita não acessível
